quarta-feira, 21 de junho de 2017

OLHA EU DE VOLTA



Tenho necessariamente de pedir desculpas aqueles que acompanham  minhas publicações. Por um tempo assoberbada com a construção coletiva me distanciei do meu projeto individual, qual seja escrever e atender como terapeuta. 
Como Terapeuta tenho sim atendido bastante, mas a jornada de liderança Sindical me consome ainda bastante. De sorte que, preciso estabelecer prioridades para não me perder no emaranhado das exigências cotidianas. 
Porém hoje, estou aqui para avisar: olha eu de volta.....



       Seminário na Comissão de Legislação Participativa em defesa das Terapias Naturais.

sábado, 9 de junho de 2012

CELEBRA TUA VIDA JULIA!


Celebra a alegria de fazer anos de esperança!
Conta teus anos não pelo tempo,
Mas pelo espaço que fazes em teu coração!
Não pela amargura de uma dor,
Mas pela ressurreição que ela traz!
Não pelo número de troféus de tuas conquistas,
Mas pelo gosto de aventura de tuas buscas!
Não pelas vezes que chegaste,
Mas pelas vezes que tiveste coragem de partir!
Não pelos frutos que colheste,
Mas pelo terreno que preparaste
E as sementes que lançaste!
Não pela quantidade dos que te amam,
Mas pela medida do teu coração,
Capaz de amar a todos!
Não pelas desilusões que tiveste,
Mas pela esperança que infundiste!
Não pelos anos que fazes,
Mas por aquilo que fazes em teus anos!
Não pelas vezes que celebraste aniversário,
Mas pelas vezes que teu aniversário
Tornou-se uma celebração da vida!
Parabéns, querida,
E toda felicidade do mundo!
De coração!

                                    Homenagem de: Anselmo Paes Junior
                                                                  Grande Xamã                         

Escute este som


O carro passando
O pássaro cantando
O coração batendo
Eu respirando
E a vizinha também. 

Rapazes gargalhando
Mulheres conversando
Porta batendo
O motor partindo
E o motorista refém. 

A música tocando
Outros pássaros piando
O tambor batendo
Alguém orando
E eu dizendo amém. 

O vento ventando
E nós escutando
Quanto som concorrendo
Que bela atividade
Mestres, parabéns.                                    
                                            Julia Silveira
                                             18/10/2007
                                                                                                                 

A Ideia de Fraternidade


Pensar em Fraternidade é, antes de tudo, dar importância para a Igualdade e a Liberdade do ser humano. Quando pensamos em Fraternidade optamos conscientemente pela vida em sociedade e estabelecemos com nossos semelhantes uma relação de igualdade. Em essência, não há nada que nos diferencie, somos como irmãos, conceito que clarifica a plena cidadania.

A diferença reside na faixa de vibração em que cada um se encontra e no caminho que cada um escolhe para fazer a sua jornada obrigatória. Aí é que encontramos as mais desafiadoras provas da nossa fraternidade. É quando necessitamos aceitar o outro desde um lugar em que ele se encontra, respeitando suas escolhas e suas formas de vida, tolerando seus gestos por vezes rudes, suas parcas formas de expressão, seus ruídos.....

Ser fraterno é admitir a dignidade de todos os seres viventes, é respeitar a natureza como um todo e se sentir parte dela. Se eu sou parte da natureza tenho um pouco de cada ser humano em mim, independente da faixa vibratória em que ele se encontra. Se pretendo ser fraterno tenho que admitir que todo caminho escolhido passa a ser sagrado.

Confundir Fraternidade com caridade, com solidariedade é não reconhecer o direito de cidadania do outro. Uma coisa é o exercício da solidariedade e a outra é a promoção da cidadania. Uma coisa é ser caridoso com aquele que está em dificuldade e a outra é promover a sua autonomia, é pensá-lo igual, é conduzi-lo á liberdade de ser.

Ser caridoso não é difícil, doar nossas sobras ou oferecer um rancho de supermercado á uma comunidade carente....ser solidário, responsabilizando-se por causas nobres,  também não é assim tão desafiador. Mas ser fraterno implica em sentir cada ser humano, com todas as suas idiossincrasias, como irmãos, isto sim é transformador.

Fraternizar é unir-se em amizade fraterna, próxima, estreita, intima. É comungar com o outro, é harmonizar-se com ele, é senti-lo irmão. Isto é desafiador. Todos nós buscamos este estágio de evolução. Temos que fazê-lo mais pelo sentimento do que pelo pensamento. Pensar a Fraternidade é fácil, desafiador é senti-la no coração.

                                                                     Julia Silveira             

domingo, 27 de novembro de 2011

O Papel do Terapeuta na Construção da Cidadania

Fico impressionada quão diferente são as formas de atendimento terapêutico. É claro que respeito muitíssimo a maneira de cada um trabalhar assim como reconheço as necessidades de cada cliente. O Sindicato dos Terapeutas reconhece praticamente mais de setenta áreas terapêuticas e cada uma delas tem o seu tempo de resultado ótimo. Há uma progressão gradativa e lenta a se fazer com o cliente, cada progresso é um progresso e cada cliente tem seu tempo de rendimento.
 Existem áreas terapêuticas onde fica muito claro quando o cliente está pronto, já tem suas questões resolvidas, sua autoestima resgatada, está se sentindo fortalecido e mais feliz. Outras áreas mais sutis cujos resultados também são sutis. E aí é que entra o papel do Terapeuta consciente que ajuda seu cliente na construção  da  sua cidadania.
 
Ser cidadão é ser dono de sua vontade, é conseguir viver dependendo de si próprio. É reconhecer que tem uma necessidade de medicação constante e cuidados especiais e mesmo assim se sentir normal e viver feliz. É aprender a lidar com suas limitações físicas e emocionais sem depender de quem quer que seja. É saber, por ele mesmo, quando está pronto para enfrentar os percalços normais do cotidiano. É se sentir instrumentalizado para cuidar-se, de modo preventivo, de suas recaídas. É saber buscar suas próprias soluções quando o problema já se instalou. É saber dar o grito na hora certa e ter discernimento para não recorrer á pessoa (terapeuta)  errada. È se sentir livre para fazer suas próprias escolhas sem jamais se sentir julgado por sua ousadia.

Nenhum cliente deve se sentir dependente de um consultório médico ou terapêutico. Já vi médicos comentando com propriedade sobre clientes que procuram hospitais sem a menor necessidade, se considerar sua saúde física. Mas também já vi terapeutas quererem renovar consultas desnecessárias para manter seu cliente de refém e ter assim seu ingresso pecuniário garantido. Alguns chegam a proibir o cliente de participar de outros eventos que contribuem para a sua cura, numa tentativa de monopolizar o tratamento. Com isso caçam a cidadania do cliente, pois ao invés dele se sentir ajudado, sente-se amarrado. Não consegue se apoderar de sua vontade, pois o terapeuta que veio para libertá-lo o aprisiona.
O verdadeiro Terapeuta, aquele que além de propiciar a cura emocional liberta o cliente, este sim é um terapeuta cidadão. É um promotor da cidadania. Não há nada mais gratificante do que ver um cidadão que aprendeu a ser livre e autossuficiente. E nada mais nobre que ver um terapeuta ter a dignidade de reconhecer que seu cliente tem condições de andar sozinho, dispensando a ajuda daquele que já o promoveu.

                                                         Julia Silveira
                                                  Presidente do SINTER/RS


BUSCANDO-SE POR INTEIRO


             Quando acendemos uma vela, á sua volta se configura uma sombra. Se levantarmos a vela, a sombra aumentará.  E quanto mais alta estiver á vela maior será a sombra. Isso significa que quanto maior for a nossa luz mais projetada estará a nossa sombra. Se quisermos crescer, aumentar nosso nível de consciência, então teremos necessariamente que estar preparados para reconhecer nossa sombra, lidarmos com ela, reconhecê-la, enfrentá-la.

             Nossa luz e nossa sombra, que podem ser traduzidos pelo nosso Eu superior e nosso Eu inferior, precisam coexistir e serem aceitos, acolhidos, pois fazem parte do “dilema da dualidade humana”; alegria x tristeza, prazer x dor, satisfação x decepção. Precisamos assumir nossos sentimentos negativos e também a responsabilidade por nossas limitações para enxergarmos nossas qualidades.

             Àqueles que se negam a encarar sua sombra e querem mostrar somente luz acabam criando uma “autoimagem idealizada” e passam á vida inteira tentando sustentá-la. Quanto mais fazem esforço para se encaixar naquilo que pensam deveriam ser, mais se afastam de si mesmos. Sua autoimagem idealizada dita padrões de perfeição.  São muitas as máscaras que se criam para escamotear o seu Eu real. A “máscara da serenidade” é uma delas.

             Nesta máscara está contida a falsa concepção de que os problemas desaparecem desde que sejam negados; é uma tentativa de fugir das dificuldades da vida. E assim serenos, ficamos distanciados das pessoas e das emoções. Não lutamos pelo amor e acreditamos que a autoestima se consegue colocando-se acima das dificuldades, não se deixando afetar pela vida. Idealizamos a altivez e o distanciamento e desse modo bloqueamos a energia vital. Tornamo-nos retraídos, indiferentes, distantes e fugidios.

              È a máscara do retraimento que provoca a eliminação das emoções, o embotamento afetivo. È tão diminuta a confiança nos sentimentos e reações do Eu  real que se pode suportar apenas um pequeno grau de envolvimento com a vida. Acabamos por impedir o contato mais próximo e contínuo com as pessoas. Mas a máscara por ser falsa e, portanto, sem atrativos provoca a rejeição, até mesmo de quem a usa, recriando as mágoas que o fizeram fugir do seu eu.

             Se por sentirmo-nos rejeitados redobrarmos o esforço de aperfeiçoar a máscara, provocaremos mais rejeição, conduzindo-nos para um círculo vicioso. Se não desprendermo-nos dessa versão não vital de nós mesmos para tornarmo-nos o que realmente somos, não teremos chance de sermos felizes. È necessário que enxerguemos com realismo, quem realmente somos. Aceitar nossos defeitos e nossas grandezas, nossa bondade e nosso mal, pois a autoaceitação honesta constitui a base do autêntico respeito por si mesmo, que substitui a falsa autoestima assentada numa autoimagem idealizada.

              Reconhecer nossas defesas e a dor que está por traz delas e ainda se responsabilizar por esta atitude é o primeiro passo para promover a necessária libertação. A principal tarefa que Deus nos legou foi a nossa própria construção, a responsabilidade pela busca da nossa inteireza sem o que viveremos fragmentados, pouco aceitos e infelizes. Sim, pois a indignidade imposta sobre a individualidade pela autonegação aparece como desprezo e desqualificação de si mesmo. Provoca o autoapagamento e destrói o que poderia ser realmente genuíno.  Seja tu mesmo,se não conseguires sozinho,pois é desafiador mesmo, busque ajuda. Nós terapeutas estamos aqui para isto. 

                                                                   Julia Silveira

                                                                     

AO FINAL!

                             
Comecei tão rude, tão crua e tão pouco polida
Talvez indecisa, insegura e perdida
Andei, briguei sofri muito... sofri
Continuei a andar, ás vezes quase parando, e não desisti
Hoje agradeço cada lição, cada desafio
Que me levaram pra longe tal qual um navio
Cada colega me ajudou a tecer esta nova rede
Cada aula me conduziu a saciar mais a minha sede
Hoje estou aqui gratificada por tamanha oportunidade
De poder me aproximar cada vez mais da  verdade
E entender que é no recolhimento
Que encontrarei respostas e acolhimento
Que é na amorosidade silenciosa e pura
Que encontrarei abrigo e me sentirei segura
Para cumprir minha jornada encarnatório
Conduzindo outros também para esta glória
A gloria de ser sempre aprendiz 
E ainda assim conseguir ser feliz. 

                                        Julia Silveira -2007